Poemas Analisados
Tópicos:
- A filosofia de vida defendida no poema é a apologia da arte de viver sem envolvimento emocional com o presente e sem expectativas de futuro, para alcançar a morte pacificamente;
- Com a alusão à figura mitológica de Cronos, o "Tempo" é apresentado como devorador pelo "nós" que se expressa no poema e que manifesta face a essa situação uma atitude de aceitação;
- O uso das formas verbais "saibamos" (vv. 10 e 28), " Colhamos" (v.37) e "Molhemos"(v.38), conjugadas na primeira pessoa do plural do modo conjuntivo com valor imperativo, concorre para a enunciação de sentenças que funcionam como ensinamentos face à existência e atribui ao texto a dimensão de uma filosofia geral de vida;
- O recurso a vocabulário relativo à ideia de tranquilidade (os adjetivos "plácidas"(v.1), " Tranquilos"(vv. 14 e 46), "calmos"(v.40) , e os nomes "descanso"(v.23) e "Calma" (v.42) ) contribui para afirmar a centralidade do tema do sossego absoluto, entendido como ideal a atingir na vivência do "Tempo".
- Através das referências às "flores"(v.6), aos "rios"(v.40) e aos "Girassóis"(v.43) o sujeito poético presentifica a "Natureza"(v.18) como a realidade com que o "nós" se identifica e representa simbolicamente a transitoriedade da vida.
Tópicos:
- O conetor " Depois" marca uma diferença de atitude por parte do sujeito poético uma vez que este toma consciência que é preferivel uma vida calma, sossegada "aurea mediocritas";
- O modificador "crianças adultas" destaca a natureza paradoxal dos amantes que, apesar de possuirem a ingenuidade das "crianças", não podem esquecer que são "adultas", por isso, sujeitas ao pensamento que as obriga a reconhecer a efemeridade da vida;
- O sujeito poético decide " desenlacemos as mãos" (v.9) porque não vale a pena viver calmamente;
- A filosofia de vida apresentada pelo sujeito poético é a de uma vida sem euforias, calma , "sem desassossegos grandes"(v.12). Tudo isto porque a vida é efémora "Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, / E sempre iria ter ao mar" (v.15 e 16);
- As palavras associadas à negação e à ausência são constantes ao longo do poema;
- A deliberação do sujeito poético demonstra que ele escolhe uma vida em que a felicidade é controlada pelo pensamento (estoicismo) e em que aproveita cada momento de forma controlada e sensata (epicurismo);
- o eufemismo utilizado para referir a morte "ao menos, se for sombra antes" (v.25) serve para suavisar a ideia de morte;
- A relação que se estabelece entre os seres humanos e os elementos da Natureza é a de semelhança (através de comparações). Somos como um rio pois a nossa vida nunca para tal como ele.
Tópicos:
- Tema: A efemeridade da vida
- A frase " A luz para elas é eterna" (v.5) serve de comparação à vida do sujeito poético, sendo importante para chegarmos à conclusão que a nossa vida é muito curta " O pouco que duramos "(v.12);
- As rosas que vivem em permanente luminosidade são exemplo para a filosofia de vida defendida pelo sujieto poético, nos últimos 4 versos do poema. À semelhança delas, devemos viver a vida " o pouco que duramos..." assumindo uma posição de voluntária indiferença face ao que a antecede ou ao que está para além dela.
Tópicos:
- Tema: Destino- todos nós temos um destino a cumprir;
- O verbo "cumprir" adquire dois significados diferentes, dado que é uma palavra homónima. Enquanto que a 1ª forma verbal significa executar, completar, desempenhar (vv.1 e 3 ), a 2ªforma verbal significa caber, pertencer (vv. 1 e 4 );
- A comparação utilizada nos versos 5 e 6 é " Como as pedras na orla dos canteiros / o Fado nos dispõe, e ali ficamos " tal comparação pretende demosntrar que o ser humano tem o seu destino traçado e não o pode contrariar/ alterar tal como as pedras que foram dispostas na orla dos canteiros;
- Nós somos como as pedras temos um certo quietismo, não se mexemos tal como elas;
- A oração subordinada adverbial causal "Que a Sorte..." explica a comparação anterior dos seres humanos com as pedras, pois a "Sorte" coloca onde quer ou onde deve cada um de nós, sem que haja (como acontece com as pedras) a hipótese de mudança de posição.
Tópicos:
- Princípios morais :
Texto A: Devemos estar sempre empenhados
Texto B: Fazer apenas o que queremos/ Ser autónomos
Texto C: Ninguém te pode afetar
Texto D: Deixa a vida fluir sem te intrometeres no seu curso/ espontaneadade
- Aspetos formais comuns: Textos constituidos por 6 versos (sextilhas), versos curtos e brancos, alguns decassílabos e hexassílabos.
Tópicos:
- De acordo com o sujeito poético, entre os homens e os «anjos ou deuses», há uma relação de submissão dos primeiros em relação aos segundos, isto é, os «anjos ou deuses» controlam a vida dos homens. Essa relação de controlo é veiculada pelas seguintes formas verbais: "compelindo-nos", "agem", "guiam" e "querem";
- os «anjos ou deuses» usam a "vontade" e o "pensamento" dos homens para os controlarem;
- A figura de retórica usada para descrever os instrumentos, que são utilizados pelos deuses e anjos, é a metáfora "Nossa vontade e o nosso pensamento/ são as mãos...";
- O conteúdo da segunda estrofe apresenta um argumento através do exemplo de que há entidades que controlam outras;
- O tom geral do poema é de aceitação (conformismo), já o último verso deixa perceber que não desejará que assim seja totalmente.