Paralelismo entre o tempo da História e o tempo da Escrita

O recurso à distanciação histórica e à descrição das injustiças praticadas no início do século XIX em que decorre a ação permitiu-lhe, assim, colocar também em destaque as injustiças do seu tempo e a necessidade de lutar pela liberdade.

 

Tempo da história (século XIX – 1817) 

Tempo da escrita (século XX – 1961) 

  • Agitação social que levou à revolta liberal de 1820:

·         Conspirações internas;

·         Revolta contra a presença da corte no Brasil e influência do exército britânico;

  • Regime absolutista e tirânico.

    

  • Agitação social dos anos 60:

·         Conspirações internas;

·         Principal irrupção da guerra colonial;

 

  • Regime ditatorial de Salazar

       

  • Classes sociais fortemente hierarquizadas.
  • Maior desigualdade entre ricos e pobres.
  • Classes dominantes com medo de perder privilégios:
  • Povo oprimido, explorado e resignado.

      

  •  Classes exploradoras, com reforço do seu poder:
  •          Povo reprimido e explorado.
  •  Proximidade entre o poder político e a Igreja   
  •  Ligação de D. Miguel Forjaz, Beresford e Principal Sousa  
  • Proximidade entre o poder do Estado e a Igreja: 
  •   Amizade entre o Cardeal Cerejeira e Salazar. 
  •  A “miséria, o medo e a ignorância”:
  •        Obscurantismo, mas “felizmente há luar”.
  • Miséria, medo e analfabetismo:
  •     Obscurantismo, mas crenças nas mudanças  
  •  Luta contra a opressão do regime absolutista.
  • Luta contra o regime totalitário e ditatorial.
  •  Denúncia da opressão e miséria.
  •  Agitação social e política com militares antifascistas a protestarem.
  •  Perseguições dos agentes dos governantes britânicos:

·         Mecanismos de vigilância;   

  • Denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento.     
  • Perseguições da PIDE:

·         Mecanismos de vigilância;

·         Papel dos “bufos”.

  • Censura à opinião.
  • Censura à imprensa: nenhum texto ou obra era publicado sem exame prévio (lápis azul).
  •  Severa repressão dos conspiradores:

·         Condenações arbitrárias;

·      Processos sumários e pena de morte.  

  • Tribunais controlados pelo poder político:

·         Prisão em várias instituições penais: Aljube, Peniche, Caxias;

·         Campo de concentração: Tarrafal, em Cabo Verde;

·         Duras medidas de repressão e de tortura (calabouços da PIDE).

  •  Execução do general Gomes Freire de Andrade, paradigma da história.
  •  Execução de Humberto Delgado

·     Condenação em processos sem provas.   

  •  Revolução Liberal de 1820.
  •  Revolução de 25 de abril de 1974.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em Felizmente Há Luar! percebe-se, facilmente, que a história serve de pretexto para uma reflexão sobre os anos 60, do século XX.