Fernando Pessoa Ortónimo

 

 

 

Caderno de Apoio ao Exame - Expressões 12, Porto Editora:

 

Temas:

   - A dor de pensar:

  • Tensões:
    • Pensar/sentir
    • Consciência/inconsciência (“Ela canta, pobre ceifeira”)

       

    • Pensamento/vontade
    • Fingimento/sinceridade-> distância entre o poeta e arealdade (“Autopsicografia”;”Isto”)

 

  • Permanente intelectualização
  • Inveja e desejo de inconsciência

 

- A atitude de introspeção e autoanálise:

  • Estranheza de si próprio
  • Desconhecimento do “eu”
  • Perda de identidade

 

- O tédio existencial:

  • Desassossego metafísico (dor de viver)
  • Angústia e solidão
  • Desalento e abulia
  • Ceticismo
  • Tensão e esperança/desilusão
  • Dificuldade de socialização
  • Refúgio no sonho e nos estados de ilusão (“às vezes, em sonho triste”)

 

- A nostalgia da infância: (“Ó sino da minha aldeia”)

  • Saudade intelectual e literariamente trabalhada
  • Infância como símbolo da pureza, da inconsciência e da felicidade

 

- A fragmentação interior (“Não sei quantas almas tenho”)

  • Drama da identidade perdida

 

 

Marcas formais e estilísticas:

  • Versificação de inspiração tradicional (quadra ou quintilha, verso curto, frequentemente em redondilha)
  • Regularidade estrófica, métrica e rimática
  • Vocabulário simples
  • Adjetivação expressiva
  • Recurso habitual ao presente do indicativo
  • Simplicidade estilística (comparações, metáforas, repetições e paralelismos.
  • Pontuação emotiva (recorre frequentemente à interrogação e às reticências)
  • Naturalidade sintática
  • Musicalidade da linguagem (rima e aliterações)
  • Exploração de símbolos
  • Influência do lirismo lusitano (reminiscências de cantigas de embalar, toadas do romanceiro, contos de fadas)
  • Linguagem espontânea mas sóbria

 

 

Texto sobre o tema "dor de pensar":

    “A dor de pensar” é um dos temas que Fernando Pessoa ortónimo utiliza nos seus poemas.

    Fernando defende que só se pode ser feliz se não se pensar, pois o ato de pensar é incompatível com a felicidade. O poema “Ela canta, pobre ceifeira” é um exemplo desta ideia, pois o poeta só considera que a ceifeira é feliz porque ela não pensa, é inconsciente: “Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsciência / E a consciência disso!”.

    O poeta quer ter a felicidade da ceifeira mas com consciência, algo que é impossível.

    De facto, o ato de pensar pode-nos mostrar as coisas menos boas da vida, mas é algo que é impossível não fazer.