Em síntese...

  • Memorial do Convento evoca a História do reinado de D. João V, no século XVIII, procurando uma ponte com as situações políticas de meados do século XX.

 

  • Memorial do Convento caracteriza uma época de excessos e de diferenças sociais, que se mantêm na actualidade: opulência/miséria; poder/opressão; devassidão/penitência; sagrado/profano; amor ausente/amor sincero…

 

  • Em Memorial do Convento, há duas linhas condutoras da acção: a construção do convento de Mafra e as relações entre Baltasar e Blimunda.

 

  • A acção principal é a construção do convento de Mafra, que entrelaça o desejo megalómano do rei com o sofrimento do povo.

 

  • Paralelamente à acção principal, encontra-se uma acção que envolve Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, numa história de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia.

 

  • As personagens femininas adquirem, na obra, um claro relevo:  D. Maria Ana é uma rainha triste e insatisfeita, que vive um casamento de aparência e com escrúpulos morais nas relações sexuais e nos sonhos; Blimunda com capacidades de vidente e possuidora de uma sabedoria muito própria, cheia de sensualidade e amor verdadeiro.

 

  • Uma voz narrativa controla a acção narrada, as motivações e os pensamentos, mas faz também as suas reflexões e juízos valorativos.

 

  • Em Memorial do Convento há, diversas vezes, um discurso de sobreposições narrativas com uma voz que tanto descreve como desconstrói as situações, que dialoga com o narratário ou manuseia as personagens como títeres, que domina os conhecimentos da História ou se sente limitado, que ponderações ou ironiza.